O Lado Cinza do Ser

Chore até secar toda a dor que vive em você. Chore a angustia que te habita. Deixe sair o que te machuca, mas não sucumba ao primeiro pranto. Chore pela felicidade plena. Chore pelo sonho que deseja. Deixe o choro lavar sua alma, e trazer com ele algo que te preencha. Chore sentado numa calçada, tendo a lua como sua comparsa. Chore sentado numa varanda, tendo o rosto iluminado pelo sol da manhã. Chore alto ouvindo música para abafar teu pranto, chore baixo sob os lençóis escondendo sua dor. Chore em público, chore no banheiro, mas não engula o choro. Chore com fim de novela. Chore com beijo de novela. Chore !! Chore pela dor ou por amor. Chore, chore até que tudo que o provocou se vá e fique só o silêncio ou consternação do momento. Todo choro é legítimo, desde de que ele seja sincero.

Num 28 de Julho, nascia uma grande artista brasileira: DANIELA MERCURY !! À frente de seu tempo, paga pelo vanguardismo e pela inquietude de sua natureza. Mas nós, os fãs a preferimos assim mesmo.... cópia e novidade de si mesma, transgressora e conservadora do samba-Reggae ...... uma obra-de-arte inacabada em pleno movimento.... ou simplesmente um vulcão! Deixo aqui uma bela música de Geraldo Azevedo, na voz inconfundível de Daniela, vá com esse canto, esse tonto, esse tão grande amor, grande amor.....

A lua, a praia, o mar A rua, a saia, amar... Um doce, uma dança, um beijo Ou é a goiabada com queijo? Afinal, o que faz você feliz? Chocolate, paixao, dormir cedo, acordar tarde, Arroz com feijao, matar a saudade... O aumento, a casa, o carro que você sempre quis Ou são os sonhos que te fazem feliz? Um filme, um dia, uma semana Um bem, um biquine, a grama... Dormir na rede, matar a sede, ler... Ou viver um romance? O que faz você feliz? Um lápis, uma letra, uma conversa boa Um cafune, café com leite, rir a toa, Um pássaro, ser dono do seu nariz... Ou será um choro que te faz feliz? A causa, a pausa, o sovete, Sentir o vento, equecer o tempo O sal, o sol, o som O ar, a pessoa ou o lugar? Agora me diz, O que faz você feliz? (Pão de Açúcar - recitado por Arnaldo Antunes)

... para mudar o meu jeito de ser ... para mudar a forma como vejo mundo ... para não mudar com quem me trata mal ... para ver o que meus olhos não vêem ... para perder a fé nas pessoas ... para achar que tudo ta errado e não tem solução ... para conformar que a vida é assim ... para sorrir pra quem não me faz feliz ... para pedir ajuda a quem se nega estender a mão ... para não perdoar a quem me feriu ... para entender o quem ainda não entendo ... para só ouvir o que me convém ... para entender como é possível dar importância ao detalhe e não ao todo ... para não caprichar no detalhe ... para achar que amizade sinceras não existem mais ... para levar minha vida sem me preocupar com os outros ... para não correr contra o tempo ... para não me preocupar com quem amo ... para tentar ser feliz mesmo que isso antes me custe muitos dias de paz ... para sonhar mesmo com a descrença de todos ... para não acreditar que ainda dá tempo para ser feliz

O rock parece reunir todos os rebeldes com (e sem) causa do universo e todos os “malucos-beleza” da estratosfera. O ritmo dito como subversivos é libertário para uns e nocivos para outros. Mesmo assim vamos celebrar nossos heróis que não morreram de overdose, nossos poetas vivos, nossas flores de plásticos que não morrem, vamos celebrar com toda a macacada reunida, vamos ficar, vamos fazer, vamos gozar, vamos viver vocês e eu, eu e vocês. Vamos celebrar com Janaína que acorda todo dia 4h30, com Natasha e seu salto 15 e saia de borracha, com Cristina nos dando mil motivos para sonhar, com Bete e seu Balanço fantasiando segredos, com Ana Júlia na certeza de um amor, com Fátima esperando uma intervenção divina e com um solo de guitarra pra conquistar. São tantos gênios, deuses, reis e rainhas que seria humanamente impossível citá-los sem cometer nenhuma injustiça. Engrosso o coro dos contentes de que rock é música sim!! Vestir preto e coturno não é coisa de louco. Mesmo

Paixão é um sentimento bem adverso, flerta com ódio e o amor, anda de mãos dadas com a loucura e a decepção. Mesmo sendo esse turbilhão de sentimentos nos “agarramos” a ela como se nada no mundo houvesse.   Depositamos no outro (ou nos outros), toda a expectativa da felicidade plena. Cobramos avidamente pelo completo sentimento de êxtase que toda essa paixão pode proporcionar. Mudamos nossa rotina, mudamos nosso modo de vestir, exteriorizamos todo um orgulho submerso, contemplamos não só o belo como o feio. Viramos especialistas renomados, videntes esfuziantes, pragmáticos do óbvio e sonhadores de um sonho só, nada abala a convicção dessa paixão avassaladora, ela domina e da à certeza do nirvana. Para a paixão nada mais encanta tanto do que a “entrega”, nada enche tanto os olhos do que o “bailar”, e o pobre coração só pulsa frenético pelo “ápice”. A paixão não vive de migalhas, ela exige o todo, o tudo, não aceita o mediano, não perdoa o imper