Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2010

:: Aquele adeus que não pude dar

Passei os últimos dias pensando numa forma de expressar a tristeza, a saudade, e o quanto fui afortunada. Escrevi e reescrevi esse post tantas vezes, que quase desisti. Mas o meu saudoso amigo merece (mesmo que sejam poucas e desconexas) palavras sinceras de alguém que mesmo distante seguirá pela vida sentida, por sua falta. É frustrante não poder se despedir descentemente. Dar um abraço, um beijo afetuoso, olhar nos olhos para dizer tudo aquilo que o coração clama por dizer. Fica só a vontade de ter tido mais tempo. Tempo esse que suaviza a dor, mas não extingue com a saudade. Fui afortunada por ter tido a honra de fazer parte da sua vida, de ouvir seus conselhos, seus puxões de orelha...rs ... seus segredinhos, sua angústias. Aprendi com você uma das mais valiosas lições: “amigo é aquele que vem, quando todo mundo esta indo embora” Perguntaram-me essa semana: “Cris, morrer dói?” A dor fica em quem é “deixado” pra traz, quem tem q

:: OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco. Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. Ficaste sozinho, a luz apagou-se, mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. És todo certeza, já não sabes sofrer. E nada esperas de teus amigos. Pouco importa venha a velhice, que é a velhice? Teu ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda. Alguns, achando bárbaro o espetáculo, prefeririam (os delicados) morrer. Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. A vida apenas, sem mistificação. Carlos Drummond de Andrade Os versos acima foram publicados origina