Pular para o conteúdo principal

:: São Paulo: um sonho paulistano


Sabe a história do Sonho Americano? No Brasil o Sonho Paulistano não é muito diferente.  Retirantes do país inteiro sonham em fazer fortuna em São Paulo, o conto da terra prometida, cheia de oportunidades, povoada de esperança e prosperidade. A selva (de pedra) que é São Paulo passa a imagem de selvageria, de um puro instinto de sobrevivência, onde só os fortes sobrevivem, onde só os eleitos recebem a dádiva de vencer lá.

Ensaia-se por lá, até a utopia de criar uma sociedade justa, tolerante, aberta as diversidades do mundo, apta para receber os que não se enquadravam em lugar nenhum. O que tem de verdade em São Paulo? Ela recebe sim, todos de braços abertos que querem se aventurar por suas entranhas, mas não garante que todos sobreviveram e muitos menos se serão felizes. São Paulo tem o mundo dentro dela, mas já não cabe em si mais. Ficou pequena para os sonhos?... ou só já não suporta ser mais o destino pra quem perdeu o rumo?

Sua poesia concreta ainda seduz, ainda alimenta o sonho de muitos retirantes que buscam guarida em suas terras. Não há problema em sonhar! Há? Nada aconteceu comigo quando cruzei a Ipiranga com a Avenida São João, olhei para o céu não vi as estrelas só fumaça, olhei para frente e me convenci meu lugar é longe daqui.

Meus sonhos hoje passam longe, ... longe de São Paulo. Nem Rita Lee me convenceu! O que vejo é só cimento, concreto, a dureza no olhar, o instinto animal de sobrevivência, a individualidade. A solidariedade só vinga na desgraça, que insiste em maltratar quem decide por viver lá!

Mas não sou tola, sei que se pode sonhar em São Paulo. Pode ser comer, rezar e amar lá. Mas tudo vai depender do tamanho do seu sonho. Nasci caipira, com hábitos acanhados! Sonhos mais comedidos? Talvez! Mas são sonhos... só não cabe sonhá-los lá, minha busca é outra.

Porque São Paulo é de fato o avesso do avesso do avesso do avesso. Mas não sou tão do avesso assim para me aventurar por lá. São Paulo não me merece, e tão pouco eu a mereça. Somos óleo e água, não nos misturamos, e de lados opostos nos admiramos.

Mas em seu aniversário eu vou passear numa boa por sua garoa, curtindo-a numa boa.

Parabéns São Paulo!!! Que você seja palco de muitos e muitos grandes sonhos!!



Comentários

  1. Escrita PERFEITA ... parabéns gêmula. Eu amo são paulo !

    ResponderExcluir
  2. Lindo texto Cris.
    Se tem uma cidade que nunca sonhei em conhecer é São Paulo. Não me encanta. Mais o vôlei me motiva conhecê-la um dia, kkkk

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

:: Ninguém vive de magia

Em meados de 68, a revista “Realidade” (revista já extinta) do Brasil enviou o jornalista José Hamilton Ribeiro para cobrir de perto a Guerra do Vietnã. Alias o único jornalista brasileiro a estar em Saigon em tempos de Guerra. Infelizmente José Hamilton, foi vítima de uma mina terrestre que mutilou uma de suas pernas. Anos depois ele escreveu “O gosto da Guerra”, um vivido relato do jornalista sobre o conflito. Durante uma entrevista falando sobre o Vietnã, José Hamilton disse “Em uma Guerra a primeira coisa que some é a verdade”. A frase não é dele, mas certamente se traduz em uma verdade em qualquer tempo! Em 2009 o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a não obrigação do diploma para exercício da profissão, houve uma redução pela procura pelo curso. Natural não é? Para que estudar anos se você pode “exercer” a profissão livremente?  Na época vários jornalistas se posicionaram contra ao STF. A jornalista Astrid Fontenelle externou sua opinião, dizendo que ela não tinha m

:: “MEU GOVERNO OUVE VOZES POR MUDANÇAS” – Mais perguntas do que respostas!

Passado o período mais contundente de manifestações, é possível começar a desenhar o que de fato aconteceu. Não foi só pelos R$0,20, isso está claro. Então foi por mais o que então?  Varias sociedades contemporâneas passaram por manifestações como esta, onde a população insatisfeita foi às ruas “buscar” seus direitos. No Brasil mesmo, se olharmos para nossa história, vemos semelhanças com as “Diretas Já” ou com os “Caras Pintadas”, isso sem falar de 68.  Mas o que tem diferente dessas para as manifestações de agora? A INTERNET.  Três pontos que chama a atenção:  Não se precisa mais de um comando centralizado para comandar, para conclamar, para organizar uma manifestação. As manifestações “brotam” na internet e ganham as ruas. E seguem uma replicando a outra.  Pode até não existir mais um comando central, mas pode existir uma ideia central. Uma ideia comum a todos, mas que é “traduzida”. Uma ideia que é adaptada à realidade que os manifestantes vivem. Um país con

COMO SER GENTIL EM TEMPOS DE CRISE?

Tendemos a depositar toda essa falta de gentileza do mundo nas redes sociais, com teses de pós-doc fundamentas na crença de como as mesmas deram voz aos “ignorantes”. Simplório! Temos outras correntes que depositam a falta de gentileza num vasto oceano de contradições ou verdades absolutas. Travam batalhas de proporções cósmicas, nada salutares! O espantoso (e banal) embate para cunhar o termo: “falta ou ausência de gentileza”, grita em uma sala de acústica duvidosa. Ela ausente, ou faltosa, a gentileza fala por si! Saia de suas redes sociais, desinstale os apps, e por precaução esconda o roteador. Para que num gesto hercúleo de amor-próprio tenha coragem de olhar para dentro de si, e questione: onde está a minha gentileza? Incomunicável? Escondida? Fugindo? Resgate-a! Traga para superfície! Em tempos como esse ser gentil é ser sofisticado. Mas não confunda com educação ou submissão, tem mais sentido você relacionar gentileza com amabilidade, embora n