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:: Apaguem as luzes; quero ver !




O título desta mensagem é intrigante.

Em princípio, parece um contrassenso que alguém peça: Apaguem as luzes: quero ver!

No entanto, vale a pena acompanhar com atenção os argumentos do pensador que a escreveu, para entender que luzes são essas que, apagadas, podem favorecer a nossa visão.

A mensagem foi escrita por um ilustre professor, e diz o seguinte:


A beleza da consciência não costuma se mostrar no clarão das luzes que brotam do calor dos acontecimentos.

Assim como os olhos exigem alguma proteção para olhar diretamente em direção ao sol, nossa razão pede a proteção do tempo para poder contemplar com serenidade a verdade em todo o seu esplendor.

É preciso distanciar-se dos fatos, das experiências vividas, para finalmente poder-se contemplar a beleza da verdade. O tempo é o único colírio capaz de limpar os olhos da nossa razão, com os quais realmente enxergamos.

É mister despir-se das ilusões, miragens que não ocorrem apenas para os perdidos nos desertos de areia.

É essencial livrar-se dos falsos valores que levam a julgamentos igualmente falsos; abandonar tolas crendices, filhas da angústia e do medo do desconhecido.
Existe ainda o perigo do deslumbre que cega a mente e ilude nossa capacidade de julgar; a vaidade tola e a megalomania, caminhos que levam a bezerros de ouro, à paixão pela conquista do poder pelo poder, ou como forma de submeter o próximo.

Nossos olhos, muitas vezes, emprestam lentes de Narciso, capazes de distorcer nossa real imagem e os julgamentos que fazemos dos nossos atos.
Só o tempo permite àqueles que dele fazem bom uso, cultivando o saber e examinando a vida em profundidade, perceber as coisas realmente importantes e belas.

Nós, humanos, como as flores, os pássaros e tudo que é vivo, temos um ciclo que se inicia com o nascimento, prossegue com o florescer da maturidade e termina com a morte.

Morremos todos, sem a beleza ou o vigor físico. De nada adiantam nossas conquistas terrestres, todas são fugazes.

Se algo for eterno, será apenas a consciência que adquirimos neste viver.
Esse enorme mistério da vida e da morte é o mais tranquilo, límpido e belo espetáculo ao qual nenhum outro se compara, mas que só pode ser observado e compreendido com o tempo, com o passar do tempo. Esse é um privilégio reservado aos que usaram bem seu tempo de vida.

É contraditório, mas é preciso morrer para se entender e vislumbrar toda a beleza da vida.

Daí, talvez, a sabedoria popular do velho ditado que diz: "Neste mundo, quem mais olha menos vê, quem não morre não vê Cristo."

Acreditamos que, no ditado popular, a palavra Cristo significa "ter consciência do processo da vida".

Se fôssemos capazes de menores ilusões e maior consciência, certamente seríamos muito mais felizes.

Teríamos maior prazer no trabalho, trataríamos o próximo com mais amor e respeito; seríamos mesmo capazes de amá-lo, não por nossos interesses, mas sim por ele mesmo.

Não teríamos a maioria das nossas preocupações, dormiríamos melhor, administraríamos melhor nossas energias e não permitiríamos que tolas fantasias e angústias desnecessárias se apossassem de nosso ser.

Viveríamos em paz, teríamos mais tempo para as crianças, as flores e os pássaros.

Não necessitaríamos do consumo de drogas ou de bens supérfluos, usaríamos nosso tempo e nossa energia para coisas muito mais prazerosas: pensar e examinar a vida, livrar-nos de falsos valores, fantasias e miragens, encontrar a essência da vida, ver com os olhos da alma.

Apague as luzes, dilate as pupilas da alma e veja.



Redação do Momento Espírita, com base em texto do Professor Oriovisto Guimarães, do Centro Universitário Positivo - UNICENP

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