Pular para o conteúdo principal

CRÍTICA:: Sociedade dos Poetas Mortos

O filme retrata uma escola tradicional, arcaica, com uma metodologia de ensino que se perdeu no tempo. Onde disciplina e ordem são usadas para inibir o pensamento livre. A cena da vela onde o diretor brada que se trata da “luz do saber” ilustra bem a ruína do ensino na escola, onde a expressão faz referencia que até aquele momento os alunos não sabiam nada. 

No decorrer do filme fica claro que o corpo docente da escola é mais do que tradicional, é desatualizado, acomodado, nada dinâmico na prática docente. 

Com a chegada do novo professor (John Keating, no filme interpretado por Robin Williams) vem com uma proposta diferente. A primeira reflexão que Keating propõe aos seus alunos é a de reavaliar a importância da vida, sonhos, ambições, objetivos, o que eles pretendem fazer e como pretendem ser lembrados, como pessoas que fizeram a vida valer a pena ou como fotografias amarelas na parede, coadjuvantes de sua própria história. Neste momento, o professor propõe: “Carpie Dien”, ou seja, aproveitar a vida, aproveitar o momento, fazer valer à pena.

Carpe Diem

Keating através da poesia tira seus alunos da zona de conforto, fazendo com que pensem por si mesmos, incitando a imaginação e mais os leva a refletir sobre o sistema arcaico da escola. O modo visionário com que Keating se propõem a lecionar choca-se com o modelo da escola, que preza pela tradição onde o conteúdo a ser ministrado é imutável.

Os paradigmas do ensino são quebrados sistematicamente, o professor a cada aula apresenta o conteúdo de uma forma que leva o aluno a construir o conhecimento de forma participativa e não passivamente como propõem a escola. Levando-nos assim a refletir que: existe uma formula mágica para ensinar? O aluno pode ser o protagonista no processo? O professor pode mudar a visão de mundo de seus alunos? O modelo tradicional de ensino pode realmente coibir a criatividade?

Quem assite ao filme e tem conhecimento de como se pensa hoje à pratica docente, verá que a rigidez da escola contribui muito pouco na formação dos alunos, em contra partida que a outra proposta (no filme representada por Keating) da um número maior de subsídios para a formação dos alunos.

O filme reflete sobre a nossa prática pedagógica, sobre o tipo de escola que queremos, e sobre que tipo de cidadão que queremos formar. Não um cidadão alienado, mas sim cidadão participativo, dinâmico que consegue não apenas se perceber no mundo mas interagir com ele. 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

COMO SER GENTIL EM TEMPOS DE CRISE?

Tendemos a depositar toda essa falta de gentileza do mundo nas redes sociais, com teses de pós-doc fundamentas na crença de como as mesmas deram voz aos “ignorantes”. Simplório! Temos outras correntes que depositam a falta de gentileza num vasto oceano de contradições ou verdades absolutas. Travam batalhas de proporções cósmicas, nada salutares! O espantoso (e banal) embate para cunhar o termo: “falta ou ausência de gentileza”, grita em uma sala de acústica duvidosa. Ela ausente, ou faltosa, a gentileza fala por si! Saia de suas redes sociais, desinstale os apps, e por precaução esconda o roteador. Para que num gesto hercúleo de amor-próprio tenha coragem de olhar para dentro de si, e questione: onde está a minha gentileza? Incomunicável? Escondida? Fugindo? Resgate-a! Traga para superfície! Em tempos como esse ser gentil é ser sofisticado. Mas não confunda com educação ou submissão, tem mais sentido você relacionar gentileza com amabilidade, embora n

:: “MEU GOVERNO OUVE VOZES POR MUDANÇAS” – Mais perguntas do que respostas!

Passado o período mais contundente de manifestações, é possível começar a desenhar o que de fato aconteceu. Não foi só pelos R$0,20, isso está claro. Então foi por mais o que então?  Varias sociedades contemporâneas passaram por manifestações como esta, onde a população insatisfeita foi às ruas “buscar” seus direitos. No Brasil mesmo, se olharmos para nossa história, vemos semelhanças com as “Diretas Já” ou com os “Caras Pintadas”, isso sem falar de 68.  Mas o que tem diferente dessas para as manifestações de agora? A INTERNET.  Três pontos que chama a atenção:  Não se precisa mais de um comando centralizado para comandar, para conclamar, para organizar uma manifestação. As manifestações “brotam” na internet e ganham as ruas. E seguem uma replicando a outra.  Pode até não existir mais um comando central, mas pode existir uma ideia central. Uma ideia comum a todos, mas que é “traduzida”. Uma ideia que é adaptada à realidade que os manifestantes vivem. Um país con

:: Ninguém vive de magia

Em meados de 68, a revista “Realidade” (revista já extinta) do Brasil enviou o jornalista José Hamilton Ribeiro para cobrir de perto a Guerra do Vietnã. Alias o único jornalista brasileiro a estar em Saigon em tempos de Guerra. Infelizmente José Hamilton, foi vítima de uma mina terrestre que mutilou uma de suas pernas. Anos depois ele escreveu “O gosto da Guerra”, um vivido relato do jornalista sobre o conflito. Durante uma entrevista falando sobre o Vietnã, José Hamilton disse “Em uma Guerra a primeira coisa que some é a verdade”. A frase não é dele, mas certamente se traduz em uma verdade em qualquer tempo! Em 2009 o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a não obrigação do diploma para exercício da profissão, houve uma redução pela procura pelo curso. Natural não é? Para que estudar anos se você pode “exercer” a profissão livremente?  Na época vários jornalistas se posicionaram contra ao STF. A jornalista Astrid Fontenelle externou sua opinião, dizendo que ela não tinha m